sábado, 25 de fevereiro de 2012

Carnaval 2012 em Teresina será investigado pelo Ministério Público

Presidente da Fundação, Marcelo Leonardo, afirma que o órgão não foi notificado
02/02/2012 às 10:36h
O Ministério Público do Estado do Piauí vai apurar eventuais irregularidades na disponibilização de recursos públicos para a realização do Carnaval 2012 de Teresina.
Tudo isso se deve as notícias veiculadas nos meios de comunicação acerca da realização do Carnaval 2012 de Teresina, anunciando a inscrição de blocos e foliões, concursos de marchas carnavalescas, eventos organizados pela Fundação Cultural Monsenhor Chaves, configurando a eventual aplicação de recursos públicos para atividades carnavalescas.
O servidor público José Claudeir Alcântara foi nomeado para efetuar os trabalhos de secretaria, sob a portaria 001/2012, do dia 18 de janeiro de 2012, pela Promotora de Justiça da comarca de Teresina, Leida Maria de Oliveira Diniz.

Essas investigações são para verificar a utilização de recursos referentes a realização do carnaval de Teresina em 2012 e trata a respeito de concurso de marchas carnavalescas cuja premiação e investimento é dinheiro publico.

Outras denuncias são referentes à administração da ex-presidente da fundação Laurenice França. Segundo Josélio Sálvio de Oliveira, diretor jurídico do Sindicato dos Músicos do estado do Piauí (Sindmúsicos), várias denuncias já foram feitas ao MPE. “Há algum tempo a fundação tem contratado de forma irregular pessoas que não tem nada haver com a cultura, e tudo isso culminou na saída da ex-presidente”, disse.

A Associação dos Colaboradores da Cultura de Teresina (ACCT), que teria a finalidade de controlar esses contratos, foi alvo de denuncias, tendo sido verificado uma série de irregularidades até setembro de 2011. O presidente da Fundação Cultural Monsenhor Chaves, Marcelo Leonardo, afirma que o órgão não foi notificado. “Ainda não recebemos nenhuma notificação, assim que recebermos, vamos nos manifestar, mas desde já a fundação estará à disposição”, disse.

Há informações de que essa denuncia partiu de líderes das escolas de samba, não satisfeitos por este ano a fundação não ter liberado a verba para realização do desfile.


Fonte: http://www.180graus.com/cultura/carnaval-2012-em-teresina-sera-investigado-pelo-ministerio-publico-493385.html

Resultado dos carros do Desfile do Corso de Zé Pereira de Teresina 2012

1° colocado: “O Caminhão das Cavernas”, de Ruama Coelho Frota Bonfim
2° colocado: “Era Discorso”, de Greiciane Barros de Oliveira
3° colocado: “Hoje é dia de Rock”, de Marcelo Ricardo de Sousa Lima

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

CLASSIFICAÇÃO DOS BLOCOS QUE DESFILARAM NO CARNAVAL DE TERESINA 2012

COLOCAÇÃO
BLOCOS
PONTUAÇÃO
01
FILHOS DA ÁFRICA
132
02
BAIÃO DE BOI
102
03
NÓS TUDINHA
101,5
04
LÍNGUAS VENENOSAS
100,5
05
MOLE NÃO ENTRA
100
06
PIAUÍ SAMBA
99
07
GUERICÓ
97,5
08
AMIGOS DO CABRAL
97
09
TABACO ROXO
83,5
10
TREME TERRA
83

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

MÚSICA PIAUIENSE - ANOS 60

Música do Piauí Anos 60 - por Geraldo Brito

Inicio dos anos sessenta na Distanteresina, como diria o poeta Torquato Neto. Uma cidade até então calma, com uma ou duas avenidas e poucos automóveis. Mesmo assim, no aspecto musical, poderíamos observar programas de calouros e, vez por outra, a presença de uma astro ou estrela de renome nacional, sempre acompanhados pelo Regional Q3, conjunto pertencente ao quadro de funcionários da Rádio Difusora de Teresina, a pioneira no campo radiofônico da capital, uma vez que a primeira emissora de rádio do Piauí foi a Rádio Educadora de Parnaíba.

Como toda emissora que se prezasse, naquela época a Difusora possuía seu conjunto regional. Entende-se por conjunto regional: o agrupamento instrumental de música popular composto por dois violões, cavaquinho, bandolim, pandeiro, flauta, que surgiu na segunda metade do século XIX, através do flautista carioca Joaquim Antonio Callado, e que foi desenvolvido por outros compositores, entre os quais Anacleto de Medeiros. Com a aparição do disco elétrico em 1927, e principalmente do rádio em 1935, começaram a surgir os grupos de acompanhamento para os ídolos de massa do Brasil – os cantores. Voltando ao nosso convívio, o regional da Difusora era composto por: Antonio Simplício (acordeon), Carlos Guedes (cavaquinho), Panfílio Abreu (violão), José Maria Doudment (violão de 7 cordas), Bruno do Carmo (bandolim/violão). Outros músicos como: José do Baião (sanfona) e Chico Sanfoneiro tiveram participações neste regional, que acompanhava cantores piauienses, como por exemplo: Totó Barbosa, João de Deus, Delmir Chaves, Clemílton Silva, Dagmar Pereira, Telva Neide, Francisco Guimarães, Damasceno, Helena Núbia, Walcir Moreira e eventualmente José Eduardo pereira e José Lopes dos Santos (flauta), que compunham a diretoria da emissora. No decorrer dos anos cinqüenta e sessenta, o Regional Q3 acompanhou também estrelas de renome nacional, como: Ângela Maria, Carlos Galhardo, Núbia Lafayette, Dalva de Oliveira, Cauby Peixoto, Sivuca, dentre outros artistas internacionais como: Juanito Venâncio, Bievenido Granda e Roberto Lazama.

Era tempo da Voz de Ouro ABC, uma espécie de festival a nível nacional que selecionava os melhores cantores de cada Estado, havendo depois uma finalíssima para a escolha do melhor cantor brasileiro. Tivemos participação nesse concurso de alguns intérpretes como Dalmier Chaves. Em 1960, surgiu a Rádio Clube de Teresina, que não tinha um elenco de músicos definido, como a Rádio Difusora, mas que eventualmente apresentava os seus programas com calouros, como analisa o músico Edilson Freire, que na época participava dos regionais e atualmente é tecladista no esquema da noite.

Em 1962 surge outra emissora de rádio. Desta vez a Rádio Pioneira de Teresina, fundada pela arquidiocese e que contribuiu bastante no âmbito musical, contando em suas instalações com um auditório para apresentações de programas de calouros e shows com astros nacionais. A nova emissora foi inaugurada com o seu conjunto regional composto por: Edilson Freire (sanfona), Ludimar (violão), João dos Santos (pandeiro), Chico Rosa (bateria), Carlos Guedes (cavaquinho) e Sansão (saxofone). Esse regional acompanhava também artistas como: Núbia Lafayette, Orlando Dias, Carlos Alberto, Alcides Gerardi e Vanderléia (em início de carreira).

Entre os anos sessenta e sessenta e três, um trio quebrava a monotonia da cidade e mandava ver uns bolerões bem conhecidos da época. Era o Trio Yucatan, composto por: Walter Sampaio, Silzinho e Mundicão. O nome do trio era uma homenagem à cidade de Yucatan, localizada no México, e foi sugerido por Miriam Lopes. Os rapazes logo conquistaram a cidade e eram os preferidos em festinhas de residências, de colégios e em gravações em jingles na Rádio Pioneira. Segundo Silzinho, Almeida Filho era quem empresariava o trio.

Aos poucos, a cidade foi se tornando pequenas para os interesses do trio. Em 1963 eles partem com destino a Brasília e São Paulo, chegando a gravar seis compactos e fazendo muitas apresentações em programas de TV, como no de Alfredo Borba na TV Excelsior. O trio foi desfeito em 1968, quando Walter seguiu rumo ao México, Mundicão fica em Brasília e Silzinho retorna a Teresina.

Em 1963, período de sucesso do Trio Yucatan, houve um recheamento de canções genuinamente piauienses como as de Levi Moura, irmão de Mundicão. Integrante do trio. É de autoria de Levi Moura a bonita canção “Você não Meditou”, interpretada por Rosinha Lobo nos anos 70 e que nos anos 80 foi gravada pelo piauiense Cabral Rios. Levi Moura foi morar no Rio de Janeiro, onde permaneceu até 1991, quando faleceu.

O ano de 1963 rendeu outro fruto musical, como o conjunto Os Milionários. Neste ano, a Polícia Militar do Piauí, que outrora tivera em seu quadro uma Jazz Band animando as tradicionais tertúlias do famoso Clube dos Diários, na pessoa do seu comandante coronel Torres de Melo, pede ao professor Luis Santos (pertencente ao quadro da Polícia) que crie um conjunto musical no sentido de realizar um elo entre o público interno e externo. O professor Luis Santos imediatamente agilizou a formação do conjunto que recebeu o nome de Os Milionários, numa justa homenagem ao compositor José Bispo. Os Milionários se tornou popular e o comandante, de tão grande entusiasmo, mandou trazer diretamente de Fortaleza a gravadora Orgacine, que, ao chegar, instalou-se nos estúdios da Rádio Pioneira. A gravação do LP teve prensagem na RCA Victor de São Paulo. Dentre as canções que compunham o LP estavam: “Baião da Saudade” e “Simplício e seu Clarinete”, (de Luis Santos); “Milionário” (José Bispo); “Linda” (Bruno do Carmo) e “Olha a Bossa” (Simplício). Esse histórico LP foi gravado em 1965 e Os Milionários era composto por: Simplício Cunha (saxofone e clarinete), Edilson Setúbal (piano solovox), Artur Pedreira (bateria), Lourival Marques (baixo), Bruno do Carmo (guitarra), Gabriel Oliveira (percussão) e João de Deus (cantor). Segundo as informações do professor Luis Santos, o conjunto atuou de 1963 a 1970.

Em 1964 um novo cantor conquista a cidade verde. Era Herbert Arcoverde, muito talentoso e de voz agradável de se ouvir. Ele animava os programas de calouros e participava do elenco da Prata da Casa que se apresentava antes de shows de alguns astros renomados. Nessa época, as rádios apresentavam programas em que os locutores perguntavam ao público se preferiam ouvir determinada canção ao vivo ou em gravação. Na voz de Herbert, se situava a preferência dos ouvintes.

De 1964 para 1965, surge outro trio para alegrar os teresinenses. Era o Trio Guarany, formado por Bimba (violão e voz), Chico (voz) e Jesus (voz). O Trio Guarany animava as festas, participava de programas e tinha uma atuação quase que constante nos realizados pela Rádio Clube.

Em 1965, chega a Teresina o baterista Barbosa (famoso por fazer verdadeiras acrobacias com as baquetas) e com ele o também famoso conjunto Barbosa Show Bossa, incendiando o salão do Clube dos Diários. Tinha a seguinte formação: Colombo (guitarra), Orion (sax), Estelita Nogueira (cantora), Ivan Bandeira (vibrafone), Zé (baixo) e o próprio Barbosa (bateria). O acordeonista Antonio Simplício também integrou o B.S.B.

No início de 1967, após alguns conflitos que normalmente ocorrem em grupos musicais, o B.S.B foi desfeito e para preencher o enorme vazio deixado por eles surgiu imediatamente outro conjunto chamado Sambrasa, composto por alguns músicos do extinto Barbosa e acrescido de outros que estavam vindo do Ceará. A primeira formação do Sambrasa foi com: Edmilson Morais (bateria), Zezinho Ferreira (baixo). Colombo (guitarra), Antonio Simplício (acordeon), Linhares (sax), Bossa (piston) e Vicente (cantor). O sucesso do Sambrasa foi o mesmo, culminando na gravação de um LP nos estúdios da Orgacine, em Fortaleza. O disco contou com a produção do empresário Aerton Cândido Fernandes, que também participava do LP com a composição “Turma do C2H60, título de um dos blocos famosos do carnaval teresinense dos anos 60. O LP do Sambrasa foi muito bem recebido pelo público local. As rádios executavam, a toda hora, diversas faixas do disco. Na época desta gravação, o conjunto já não mais contava com a presença do músico Antonio Simplício. Em meados de 1967, a cidade tornava-se ainda mais quente com a aparição de um conjunto tipicamente da jovem guarda. Surgia Os Brasinhas, provocando uma tremenda reviravolta por parte do público feminino. Os Brasinhas era constituído por jovens cabeludos, como mandava o figurino, e todos genuinamente piauienses. Compunha o conjunto, em sua primeira formação, os músicos: Ernesto (bateria), Chico (guitarra solo), Paulo Vasconcelos (guitarra base), Sidney (vocal) e Getúlio (baixo). Alguns meses depois, Os Brasinhas ganha a valiosa participação do guitarrista Assis Davis, um dos melhores músicos piauienses no que se refere à época da Jovem Guarda. Com a chegada de Assis, alguns meses depois, saem do conjunto Chico Vasconcelos e Ernesto, indo para a bateria o vocalista Sidney. Com esta formação Os Brasinhas conquistou, em pouquíssimo tempo, o público teresinense e de algumas cidades do interior por onde passava. O conjunto ainda contou com a participação do saxofonista Pantico, que permaneceu por vários anos. Paralelamente, surgiu Os Metralhas, resultante da saída de Ernesto e Chico Vasconcelos dos Brasinhas. Juntaram-se á Rubito (baixo), Mário Lúcio (guitarra base), Paulo Chaves (cantor). A estréia aconteceu em frente ao prédio onde funcionava a loja Útil-Lar. Neste dia, Fernando Chaves tocou guitarra solo, em lugar de Chico Vasconcelos. Após Os Brasinhas e Os Metralhas, foram surgindo, pouco a pouco, outros conjuntos como Os Lords, Os Tangarás, The Dandies, Os Fantasmas, The Sammers, Zé e Seus Quatros Azes.

Em 1967 mais um outro piauiense ganha destaque no cenário musical do país. Era Torquato Neto, um dos artífices do movimento Tropicália, juntamente com Caetano Veloso e Gilberto Gil. Torquato Neto ainda hoje é destaque em jornais, como a Folha de São Paulo, Jornal do Brasil e em especiais de TV, como o que foi mostrado pela TV Manchete, em 1992, com a direção do cineasta Ivan Cardoso. Em 1969, um garoto fluminense, Jonh Júnior, lançava um compacto simples com músicas já conhecidas do público, como “Tudo Passará”, de Nelson Ned. Aos poucos nossa discografia foi aumentando.

Walcyr Moreira, B. Assis e César Bianchi eram os nossos compositores do carnaval. Eles gravavam suas composições em fita de rolo e divulgavam através das emissoras de rádio. As músicas eram bastante executadas e todos ligavam pedindo para ouvi-las.

Em 1969 existiu também em Teresina o conjunto Golden Girls, formado exclusivamente por mulheres. Este conjunto teve vida curta, embora tenha conseguido se apresentar em vários locais, como no auditório da Rádio Clube, onde futuramente seria instalado o da TV Clube. Neste mesmo ano surgiu na capital o cantor mirim Jurandir Vieira, causando uma grande sensação nos programas de auditório.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

CD' S PIAUIENSES CONTEMPLADOS PELA LEI A. TITO FILHO



































GRES ZIRIGUIDUM - PARNAÍBA - DELTA - ENSAIO DO SAMBA DE ENREDO - OSNIR VERÍSSIMO - FRANCY MONTE - ANO 2008


Ziriguidum traz a brisa de Parnaíba para o Carnaval de Teresina
sábado, 12 de janeiro de 2008 • 17:36

Tudo começou com Posseidon, deus do mar. Para a escola de samba Ziriguidum, foi esse deus grego quem criou o Delta das Américas. Depois vieram Mandu Ladino tocando seu tambor de guerreador e os índios tremembés que povoaram a região. Depois o homem branco se tornou o novo senhor da terra. 

A letra criada por Francy Monte está se transformando aos poucos numa declaração de amor à cidade de Parnaíba e sua história. Por mais incrível que possa parecer, o carnavalesco Pereira Falazar garante que vai trazer até a famosa brisa do litoral piauiense para a avenida! 


  
“Parnaíba tem uma história muito rica, com muitas coisas a se abordar. É uma cidade promissora por conta do desenvolvimento do turismo. Sua gente é maravilhosa, trabalhadora. Há também o artesanato da região que é riquíssimo. Com tudo isso, a Ziriguidum só pode é mostrar um desfile belíssimo! Vamos arrasar”, garante o carnavalesco.



De acordo com o presidente da escola, Sílvio Área Leão, este ano a agremiação desfila nos dois dias como convidada da prefeitura, mas nem por isso vem com menos empolgação. Ao todo serão 13 alas, com cerca de 300 pessoas em cada, entre elas profissionais como marceneiros, serralheiros, montadores, costureiras etc. E, em cada dia de desfile, contrata mais cerca de 100 pessoas, a maioria para puxar carros alegóricos e para coordenar o andamento das alas. 


A previsão de Pereira Falazar é terminar os trabalhos até o dia 25. Até lá, o barracão da escola funciona de 9h às 20h, hora em que começam os ensaios. E eles são uma coisa à parte. A animação com a bonita letra do samba contagia os participantes, que fazem de cada ensaio um pequeno carnaval. 


Confira a letra do samba 

Parnaíba, Piauí, o Eldorado é aqui 

Posseidon Deus do mar, 
No Parnaíba o Delta ele criou, 
Lindas Ilhas à mão desenhou 
Pra seu amor sereia passear. 
Foi só a notícia se espalhar 
Da Divina criação, da beleza do lugar, 
Foram tantas as expedições, 
Navegantes sem parar, 
Até o Eldorado encontrar. 

Mandu Ladino, foi por amor, 
Tocou tamor, tocou tambor, 
Mandu Ladino, Mandu Ladino, 
Tocou tambor, tambor de guerreador! (Bis) 


Tremembés viris nadadores 
Em defesa do nativo chão. 
Homens brancos, os novos senhores, 
À força povoaram a região, 
Fizeram os desbravadores 
Com sangue índio a colonização. 

Testa Branca fez-se Vila 
São João da Parnaíba 
Porto das Barcas, maravilha, 
Cidade Rio-Mar, a Parnaíba. (Bis) 

E hoje, 
Modou, cresceu, 
Tornou-se cartão postal, 
Praias, lagoas, regatas, festejos, 
E grandes riquezas naturais. 
Belezas tropicais, turismo nacional, 
No litoral fantasia, liberdade maresia 
Em toda Marechal. 

Ziriguidum é alegria, 
A bateria faz o povo delirar, 
Ziriguidum me contagia 
Dessa magia Azul e Branco de sambar. (Bis)


Fonte: http://www.portalaz.com.br/noticia/geral/94110

domingo, 19 de fevereiro de 2012

SAMBA NO PIAUÍ - A ORIGEM - PRIMEIROS ACORDES

ORIGEM DO SAMBA NO PIAUÍ/PRIMEIROS ACORDES




O SAMBA NO PIAUÍ

SAMBA E CARNAVAL! A ORIGEM, PRIMEIROS PASSOS E PRIMEIRA ESCOLA CARNAVELSCA DE TERESINA.
ONDE E COMO SE DEU.

O COMEÇO DE TUDO
O SAMBA NA CAPITAL TUPI

COM A PALAVRA: MANOEL MESSIAS DO ESPÍRITO SANTO. Nasceu em 16 dedezembro de 1948. Sambista, Carnavalesco, Sambista, Compositor, Músico, Artesão e instrumentista. Toca cordas e percussão. Folclorista e contador de histórias. E agora recentemente Habilitado em Radiofonia e Televisão. Formado pela: COMRÁDIO do Brasil.
No intuito de resgatar nossa história e preservar a cultura e costumes dos piauienses, resolvemos investigar a origem do samba e raízes do carnaval na CAPITAL TUPI. Teresina de Da Costa e Silva, Torquato Neto e D`Gáudio Procópio. Cidade luz! Terra do amor e paixão, geratriz de grandes poetas nordestinos e repentistas. (cordel)

 PRIMEIRA ETAPA, O INÍCIO: DÉCADA DE 40.

PERGUNTA: — Manoel messias, queremos saber como surgiu o samba em Teresina, qual origem e época? Como nasceu e onde tudo se iniciou? Razões motivos:

RESPOSTA: — Existe em Teresina uma história de que o samba nasceu na Vila Operária. O samba não nasceu na Vila Operária. O samba nasceu bem aqui! No Largo da Penitência, onde hoje é a Rua Clodoaldo Freitas, ao lado do Estádio Lindolfo Monteiro: — Por que eu digo que o samba nasceu onde nasceu a primeira escola de samba. A primeira escola de samba foi de Manoelzinho Campelo em 1940... 1948 mas ou menos nessa época. Não temos uma data exata, mas foi na década de 40. Então a escola de samba de Manoelzinho Campelo se situava aqui, onde hoje é... Digo, ela se situava na antiga Rua Palmeirinha que hoje se chama Rua Clodoaldo Freitas, entre as Ruas Firmino Pires e João Cabral e a Riachuelo. Ao lado do Lindolfo Monteiro. Foi lá onde ele iniciou o samba juntamente com seus irmãos Ângelo Campelo e Edmilson Campelo e sua família que residia no local. Lá foi fundada a “NOVA ESCOLA DE SAMBA”. O nome era “NOVA ESCOLA DE SAMBA”. E de lá começou a desfilar. Desfilou até 1958. Desfilou por 10 anos. Quando o Manoelzinho desistiu por questões de doença. Ele vivia numa cadeira de rodas. Não conseguia mais acompanhar a escola. Ele preparava a escola, fazia composições, treinava na casa dele, mas o interessante é que ele não a- acompanhava, nem com sua cadeira de rodas, ele não acompanhava. E depois que eles acabaram com a escola de samba, surgiu ali no Mafuá a Império do Samba. Logo ali ao lado, onde hoje é o mercado do Mafuá.

ORIGEM DO SAMBA NO PIAUÍ/ SAMBA/PRIMEIROS ACORDES
OS PRIMEIROS CORDÕES

O CÍRCULO CARNAVALESCO

Segundo matéria veiculada na revista “CADERNOS DE TERESINA” “ano XXIV edição nº 41 de fev. 2010.” Pesquisado por, Raimundo Nonato Alves Lima, jornalista e poeta. Os primeiros cordões e manifestações carnavalescas surgiram na década de 40. Os primeiros blocos foram:“GAROTOS DA LUA” criados por Ramirez.  Depois surgiram os blocos,“PIERRÔS”, “COLOMBINAS”, “GAROTOS SAMBISTAS” E “FENIANO” criado por Euclides Pedro Amaro. Os batuques como não poderiam ser de outra forma, foram criado e inspirado sob a luz do LUAR, lampiões a gás e Lamparinas, acompanhados por vários instrumentos de precursão e cordas. Entre eles os famosos surdos. O surdão! Tamborins, tantãs, reco-reco, maracás, chocalhos, faveiras e violões banjos e bambus. Todo esse movimento ocorria no bairro Matinha, no bar São José, localizado na Alameda Parnaíba. As manifestações se davam aos finais de semanas. Os sambistas, ou como podemos assim dizer: aprendizes de sambistas faziam um círculo e praticavam o ritual alegre e animado que mais tarde viera a se transformar em carnaval. Onde também começaram a surgir às famosas passistas. Já que dentro dos círculos carnavalescos eles colocavam as mulatas para sambarem ao som dos batuques.

SEGUNDA ETAPA: DÉCADA DE 60

Depois de 1958 já na década de 60 surgiu o Império do samba. Depois houve um racha no Império do samba. E depois desse racha surgiu outra escola já na Vila Operária, que foi a “ESCRAVO DO SAMBA”.  Eu acredito até que eles tenham confundido o bairro onde mais teve escola de samba que realmente foi na Vila. E a Vila teve além de Escravo do samba, teve também os “VETERANOS DO SAMBA”.

PERGUNTA: — Mas hoje não tem nenhuma escola de samba na Vila?

RESPOSTA: — Não! Lá tem muitos sambistas bons que mora por lá! Mas escola de samba não tem. As escolas de sambas hoje em Teresina são poucas. Por que aquelas antigas não existem mais. A mais antiga escola que tem hoje em Teresina e que continua desfilando é a “BRASA SAMBA”.A brasa samba é de 1971, o “SAMBÃO de 1973.” E depois vem ai a SKINDÔque é mais recente. “UNIDOS DA SAUDADE” do João Bosco e a “MOCIDADE ALEGRE” do Parque Piauí. São as mais recentes. Mas a mais antiga que continua em evidência é a Brasa Samba fundada em 1971 e a segunda é a “Sambão” de 1973. Elas continuam aí se arrastando no carnaval com dificuldades por falta de apoio.

PERGUNTA: — Cite dois nomes de sambista bons que existiam na Vila.

RESPOSTA: — Falar em sambistas bons, a gente não pode deixar de falar em João Borges, já falecido. Era “conhecido como “João Cacundinho”. Já o “Zeca couro velho” que também era magarefe e um grande folião. Foi o fundador do “Império do samba” e tinha outros junto com ele. Zeca jacu, Manole Fininho, Raspa. Eram tantos naquela época, do Escravo do samba. As escolas eram formadas em grande parte por operários. O cara era carpinteiro ou marceneiro, ferreiro, alfaiate ou então magarefe. As escolas eram formadas por pessoas que tinha condições de se manterem. Inclusive com fantasias, ajudavam outras pessoas a conseguirem suas fantasias, aquelas que não tinham condições. As pastoras, meninas que compunham as escolas. Eram operários e pequenos comerciantes que tiravam os fins de semanas para batucarem. Uns tocavam pandeiros, outros tocavam banjos, alguns instrumentos de sopro. Eles se reuniam no barracão sede das escolas de samba que ficava próximo à região do Bairro Augusto Ferro, perto do mercado do Mafuá, local conhecido como encontro dos sambistas. Lá eles realizavam suas atividades. Faziam as festas e ensaiavam os sambas (na verdade era o local escolhido para comporem as canções sambas e baladas de batuques para o carnaval) era uma coisa bonita de se ver. Quando a escola estava preparada para desfilar no mês de fevereiro período do carnaval, eles desfilavam no Domingo, segunda e terça feira. Eles ensaiavam de segunda a sexta de 07h00min. As 10h00min.  E durante os ensaios havia as confraternizações, o aglomeramento de pessoas e componentes das escolas.  Todos bebendo uma caninha, cachaça, nas esquinas antes iniciarem os ensaios. (E ainda segundo nos informa Manoel Messias: o local servia de palco para grandes romances, encontros amorosos. Namorados que se conheciam começo e fim de grandes namoros. Era uma festa! Um verdadeiro teatro da vida. Palco de muitas histórias, romances e contos do cotidiano e vida dos teresinenses.) O carnaval era uma festa popular que eles encaravam com grandes responsabilidades! Até por que, havia disputas entres eles, sempre houve disputas entre as escolas. E as disputas eram travadas entre as escolas: Império do samba,Escravo do samba e Maluco por samba.   O Maluco por samba era da zona sul de um grade sambista piauienses conhecido como: Antônio dos Remédios. Eram as três escolas mais poderosas da época. E tinha outras como Turma da Mangueira, Bambas da Folia que era do nosso amigo Jaime. Jaime folião! Compositor. Tinha também os Piratas do Ritmo que era do Cafuringa, e a Turma da Mangueira que também era da zona sul, do nosso amigo: Capeta. Olha o nome do homem: Capeta! Mas era um Capeta sambista.  Aqui na zona norte tinha Império do Samba, escravo do samba. Tinha também o Araçagi do samba, lá de cima do morro da Esperança; antigo morro do urubu. Era do sargento Jorge. Aqui no centro tinha o Sambão e Unidos da Palmeirinha, fundada por Paulo Ferreira. O Sambãoreunia os jovens aqui da Baixa da Égua, tinha o Paulo Ferreira, saudoso Paulo Ferreira, o grande sambista que nós podemos citar aqui a família do Diderot. Dídimo, Paulo Vieira tinha uma mocidade muito forte. E a palmeirinha tinha o apoio de um dos maiores compositores de sambas do Piauí, Manoelzinho Alves campelo, fundador da escola de samba: “Nova escola de samba”. Que nesta época já não atuava mais pela escola de “samba nova”, mas ele continuava compondo e ensinando violão. E o Manoelzinho foi autor de vários sambas da Unidos da Palmeirinha. Sambas campeões. Tinha um samba que falava da saudosa palmeira. Isso já foi na década de 60 pra cá. Tinha o Sambão de 73 a Palmeirinha de 72. Tinha uma escola de samba lá onde começou Teresina. Lá no bairro Poty Velho. Era o Piratinga do Samba. Quem encabeçou essa escola foi o então vereador Vieira Touranga. Que foi um grande batalhador pela escola de samba Piratinga. E creio que ela ganhou esse nome por que o bairro Poty Velho era um bairro de pescadores. E a grande força econômica do bairro na época era o peixe. O Piratinga do ritmo, ou o Piratinga do samba, como queiram chamar, era composta basicamente por pescadores. Durante o dia eles pescavam e a noite eles iam sambar. A escola chegou a ganhar um campeonato. Tudo isso alavancado pelo vereador Touranga. Mas também ela teve vida curta.

PERGUNTA: — Messias, agora eu quero saber exatamente do SAMBA DE RODA. Você até agora falou mais do carnaval. As origens do carnaval em Teresina. E você falou que tudo isso teve inicio aqui nesta região próxima ao Lindolfo Monteiro, Ginásio de Esporte Verdão. Onde antes era conhecido como Largo da Penitência. Por que desse nome? E samba surgiu de que? De uma roda de amigos, ou o quê?

RESPOSTA: — Eu costumo dizer que samba de roda, o ritmo do samba, ou de umbigada como costumam dizer, o gingado surgiu aqui em Teresina desde a transferência da capital do Piauí de Oeiras pra cá. Eu costumo dizer que o samba veio junto com a transferência da capital em 1852. Agora, só que o carnaval é muito antigo desde o descobrimento do Brasil, os portugueses já faziam. E aqui no Piauí sempre teve. Os piauienses sempre fizeram suas festas, seus saraus. Sempre houve grandes instrumentistas aqui. Eu me lembro de quando estavam construindo a igreja do Amparo; a igreja do Amparo é uma das mais antigas de Teresina. A primeira missa na igreja do Amparo foi celebrada em 25 de dezembro de 1852. Por que depois da transferência de Teresina, após 05 meses ocorreu a primeira missa na igreja do Amparo. Então, quando esse povo todo veio de Oeiras pra cá, veio no meio deles além dos comerciantes e operários vieram também sambistas.

PERGUNTA: — O bairro Vila Operária surgiu antes ou depois do Largo da Penitência?

RESPOSTA: — A vila já existia. Mas a primeira escola de samba foi fundada aqui no Largo da Penitência. Mas por que chamavam largo da penitencia? Por que aqui existia a penitenciária estadual. Tinha o asilo dos loucos, o hospital dos doentes mentais. O quartel do Exército 25º BC. Onde hoje é a chamada pedra que abriga os vendedores de carros usados ficava ao lado da penitenciária, que hoje abriga o ginásio de esporte Verdão. Tinha também a capela de Santa Teresinha, e a LBA ficava na esquina.  
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Este é um pequeno resumo da origem do samba em nossa capital, Teresina, Estado do Piauí.

Então baseado nesse relato podemos dizer que Manoel Alves Campelo foi o criador do carnaval em Teresina no ano de 1940. E que o carnaval teve seus primeiros acordes, batuques e ensaios no seio da família do Manoelzinho. Vindo posteriormente a ganhar força e novos adeptos com o pessoal da Vila Operária, e adjacências. Formando a famosa turminha do batuque nos de finais de semana, sempre regada a muita cachaça.  

O SAMBA DE RODAS OU RODAS DE SAMBA E SEUS PRECURSORES: MESTRES TEODORO GARCIA E MESTRE MANOEL CAMPELO

Ainda segundo a revista: Cadernos de Teresina, o samba surgiu em rodas de samba e serestas nas noites enluaradas na década de 40. Sob a luz dos lampiões a gás e lamparinas, ao som de violão sete cordas, flautas, surdos e outros instrumentos de percussão. Tendo como um dos seus patronosMestre Teodoro Garcia. As rodas e batuques ocorriam na Rua Wladimir do Rego, 1061 próximo ao antigo mercado do Cajueiro.

Mas segundo nosso entrevistado, Manoel Messias o primeiro sambista, ou os primeiros sambistas foram mesmo o seresteiro Manoel Alves Campelo e sua família seguida por alguns amigos. As rodas de sambas aconteciam na antiga Rua Palmeirinha ao lado do Estádio Lindolfo Monteiro.

O fato é que neste período tivemos em Teresina os primeiros acordes e batuques do samba. Tendo como patrono essas duas figuras majestosas para o samba/carnaval da capital tupi. Foram eles: MANOEL ALVES CAMPELO E MESTRE TEODORO GARCIA. O que caracteriza o berço e palco do samba esse dois endereços: Rua Palmeirinha, e Rua Wladimir do Rego — centro de Teresina.
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O QUE É O SAMBA?

MAS AFINAL, O QUE É O SAMBA? E DE ONDE SE ORIGINOU ESSE RITIMO MUSICAL QUE SE TORNOU UMA FEBRE NO BRASIL?
Segundo o site http://www.suapesquisa.com/samba/ O samba surgiu da mistura de estilos musicais de origem africana e brasileira. O samba é tocado com instrumentos de percussão (tambores, surdos, timbau) e acompanhado por violão e cavaquinho. Geralmente, as letras de sambas contam a vida e o cotidiano de quem mora nas cidades, com destaque para as populações pobres. O termo samba é de origem africana e tem seu significado ligado às danças típicas tribais do continente.
As raízes do samba foram fincadas em solo brasileiro na época do BrasilColonial, com a chegada da mão-de-obra escrava em nosso país.
O primeiro samba gravado no Brasil foi Pelo Telefone, no ano de 1917, cantado por Bahiano. A letra deste samba foi escrita por Mauro de Almeida e Donga.
Tempos depois, o samba toma as ruas e espalha-se pelos carnavais do Brasil. Neste período, os principais sambistas são: Sinhô Ismael Silva e Heitor dos Prazeres. Na década de 1930, as estações de rádio, em plena difusão pelo Brasil, passam a tocar os sambas para os lares. Os grandes sambistas e compositores desta época são: Noel Rosa autor de Conversa de Botequim; Cartola, de As Rosas Não Falam; Dorival Caymmi de O Que É Que a Baiana Tem?; Ary Barroso, de Aquarela do Brasil; e Adoniran Barbosa, de Trem das Onze.
Na década de 1970 e 1980, começa a surgir uma nova geração de sambistas. Podemos destacar: Paulinho da Viola, Jorge Aragão, João Nogueira, Beth Carvalho, Elza Soares, Dona Ivone Lara, Clementina de Jesus, Chico Buarque, João Bosco e Aldir Blanc.
Outros importantes sambistas de todos os tempos: Pixinguinha, Ataulfo Alves, Carmen Miranda (sucesso no Brasil e nos EUA), Elton Medeiros, Nelson Cavaquinho, Lupicínio Rodrigues, Aracy de Almeida, Demônios da Garoa, Isaura Garcia, Candeia, Elis Regina, Nelson Sargento, Clara Nunes, Wilson Moreira, Elizeth Cardoso, Jacob do Bandolim e Lamartine Babo.

O SAMBA DE RODA

 JÁ O SAMBA DE RODA, SURGIU NA BAHIA NO SÉCULO XIX, apresenta elementos culturais afro-brasileiros. Com palmas e cantos, os dançarinos dançam dentro de uma roda. O som fica por conta de um conjunto musical, que utiliza viola atabaque, berimbau, chocalho e pandeiro.
No Rio de Janeiro, o samba está ligado à vida nos morros, sendo que as letras falam da vida urbana, dos trabalhadores e das dificuldades da vida de uma forma amena e muitas vezes com humor.